segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ficção histórica


Salamina, uma ilha onde ocorreu a terceira Guerra Médica (Maratona, Termópilas e Salamina) entre persas e
gregos. A figura principal foi Temístocles e é sobre ele que começa o enredo, demonstrando o tratamento dado nas aulas de gramática para eupátridas (aristocratas) e novos ricos comerciantes, que era seu caso. Após o Prólogo, a fuga de Apolônia da cidade de Erétria devido à invasão dos persas, iniciando os primeiros passos para a guerra de Maratona (490 a.C).

Referências sobre Sólon, considerado um dos sete sábios da Grécia Antiga e que em 594 a.C iniciou um reforma na pólis ateniense. Foi dele a abolição da escravidão por dívida e outros feitos. Diálogo entre o personagem tema do livro (Temístocles) e Clístenes (enfermo): "Kratos tou demou. Demou kratos: Demokratía!"

Batalha de Maratona (1ª guerra entre persas e gregos). Relatos de Heródoto sobre os erétrios e sobre a morte de Milcíades e Dário; relato de Plutarco sobre Temístocles; e inscrição de Xerxes em Persepólis.

Segunda Guerra Médica (1ª Maratona/3ª Salamina) entre gregos e persas na Termópilas onde compareceram 300 espartanos (não apenas eles, né!?). O grande lance foi a posição grega no estreito do desfiladeiro que bloqueou o caminho. Traído por Efialtes morreram de forma heroica. Frases conhecidas, Xerxes: "Rende-te e entrega tuas armas!" Leônidas: "Vem buscá-las!" Oficial de Xerxes: "Lançaremos tantas flechas que cobrirão o sol!" Leônidas: "Melhor, combateremos à sombra".

Desfecho com a última Guerra Médica dos persas versus gregos. O autor no final descreve os autores e fontes que utilizou fazendo uma boa crítica a Heródoto. SUPER INDICO!

Diário literário!


Do mesmo autor de "Quando Nietzsche chorou". A intenção agora é dissecar a complexidade das emoções humanas por meio do relacionamento de três terapeutas e seus pacientes. O primeiro é Seymour, médico conceituado que é acusado de má conduta sexual com uma de suas clientes.

Podemos ler em um capítulo sobre o dilema entre uma análise que pode durar anos ou uma terapia rápida, pois a última acaba sendo sempre preferida para apenas aliviar os sintomas do paciente. Em outro capítulo lemos sobre transferência erótica na terapia; o autor no personagem de Ernest fala sobre a ortodoxia freudiana e o misticismo junguiano; a pedagogia do egoísmo, pensar em si mesmo acima de tudo.

Interessante o debate entre os personagens Ernest e Paul sobre pacientes que não são sinceros com seus terapeutas ou consultam dois ao mesmo tempo para avaliar se ambos chegam a mesma conclusão. Costuma-se chamar de pírricos (de vitória pírrica, utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, com prejuízos irreparáveis).

Outro debate com os mesmos personagens, dois terapeutas que seguem linhagens diferenciadas. Debate e relatos sobre os grandes terapeutas e suas experiências sexuais com pacientes, com exceção de Freud. Tudo muito impactante, não o ato e sim o resultado. Após pesquisas, realmente é o que temos pra hoje. Nada que diminua a importância da terapia, mas apenas a ciência de que certos benefícios atuais foram resultados de experiências impróprias.

O autor consegue envolver os personagens e dissecá-los entre pacientes e médicos, demonstrando a função da terapia e seu desenvolvimento.
"Excepcional! Início, meio e fim! INDICO!

Agosto! Diário literário!


Livro onde o autor descreve casos clínicos sendo o primeiro capítulo sobre a obsessão amorosa e como a paciente Thelma se agarrou à uma lembrança passada por estar insatisfeita com o presente. Segundo caso clínico, paciente com câncer em tratamento que se esconde no assédio sexual e na indiferença ao próximo. Ponto máximo da terapia quando o profissional (autor do livro) começa a questionar sua negação "De um modo geral, é melhor não enfraquecer uma defesa, a menos que ela crie mais problemas do que soluções, e a menos que tenhamos algo melhor para oferecer em seu lugar". Muito válido para nossas negações diárias.

Capítulo três: A mulher gorda. Bom, ele utilizou desse título para demonstrar o significado de transferência (quando o paciente erroneamente vincula sentimentos anteriores ao terapeuta) e contratransferência (sentimentos irracionais semelhantes que o terapeuta tem em relação ao paciente). A paciente Betty é obesa e terapeuta, abomina obesidade por motivos que não me cabe escrever aqui pelo peso que pode causar em pessoas com baixa estima. Nesse caso, ambos estão se curando, paciente e profissional. Talvez por isso que eu goste tanto da Literatura estrangeira, os profissionais de lá são menos narcisistas e mais sinceros a ponto de registrar em um livro.

Capítulo: morreu o filho errado. O caso da mãe que ao perder a filha negligencia os devidos cuidados aos filhos vivos. Sobre a culpa e a dificuldade em prosseguir ou aceitar o luto. Sobre as transferências de desejos não realizados que sobrecarregam os filhos.Se alguém quer aprender a viver com os mortos, precisa aprender a viver com os vivos.

Capítulo cinco "eu jamais pensei que isso aconteceria comigo". A senhora que aceitou a morte do marido após o brutal assalto. Uma simples bolsa com seus excessos pode nos descrever... Que coisa.

Capítulo seis "não seja gentil" Outro caso relacionada à idade. Cartas antigas que mantiveram anestesiado o paciente por se agarrar ao medo de envelhecer. O passado sendo aquele que mantém vivo quem não consegue enfrentar o processo lógico da vida.

Capítulo sete "dois sorrisos"utilização de hipnose para lidar com uma dor física. A paciente segue os conselhos do psiquiatra e revela mágoas . Bom, eu seguiria o conselho de dar fim à vida do meu cachorro caso fosse o necessário. Leitura do capítulo "três cartas fechadas"...o tipo de ansiedade que acovarda e mobiliza.

Capítulo "monogamia terapêutica" um caso de bipolaridade. Que não é esse modismo, um dia triste, um dia irritado, um dia focado (isso seria o espectro bipolar). Mudança de personalidade (novela Irmãos Coragem, exemplo típico)e achei genial a abordagem terapêutica. É possível avançar na vida com esse transtorno.

Último capítulo (que triste) sobre sexualidade. "Como Freud abordou, a angústia sexualmente inspirada é expressada através de meios indiretos." Para o autor, com igual frequência, o oposto seja verdadeiro: outras angústias se mascaram como angústia sexual. A psicanálise leva muito em consideração os sonhos e também a terapia em grupo. Achei interessante o autor descrever sua experiência, não sendo apenas ficção. Indico.