segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Diário literário!


Do mesmo autor de "Quando Nietzsche chorou". A intenção agora é dissecar a complexidade das emoções humanas por meio do relacionamento de três terapeutas e seus pacientes. O primeiro é Seymour, médico conceituado que é acusado de má conduta sexual com uma de suas clientes.

Podemos ler em um capítulo sobre o dilema entre uma análise que pode durar anos ou uma terapia rápida, pois a última acaba sendo sempre preferida para apenas aliviar os sintomas do paciente. Em outro capítulo lemos sobre transferência erótica na terapia; o autor no personagem de Ernest fala sobre a ortodoxia freudiana e o misticismo junguiano; a pedagogia do egoísmo, pensar em si mesmo acima de tudo.

Interessante o debate entre os personagens Ernest e Paul sobre pacientes que não são sinceros com seus terapeutas ou consultam dois ao mesmo tempo para avaliar se ambos chegam a mesma conclusão. Costuma-se chamar de pírricos (de vitória pírrica, utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, com prejuízos irreparáveis).

Outro debate com os mesmos personagens, dois terapeutas que seguem linhagens diferenciadas. Debate e relatos sobre os grandes terapeutas e suas experiências sexuais com pacientes, com exceção de Freud. Tudo muito impactante, não o ato e sim o resultado. Após pesquisas, realmente é o que temos pra hoje. Nada que diminua a importância da terapia, mas apenas a ciência de que certos benefícios atuais foram resultados de experiências impróprias.

O autor consegue envolver os personagens e dissecá-los entre pacientes e médicos, demonstrando a função da terapia e seu desenvolvimento.
"Excepcional! Início, meio e fim! INDICO!