quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Diário de leitura outubro/2014 parte II

(38°/2014) Dia de formatura e uma noite de sonhos e planos. Planos que não se realizam ou se desfazem no decorrer da vida de Emma e Dexter. Suas vidas estão ligadas por um sentimento que se desenvolve no decorrer da amizade e que não se justifica pelo contato físico/sexual, pois não ocorre na noite da festa de formatura e nem nos primeiros anos de amizade. 
Dexter, o típico bom moço que se envolve com o mundo artístico e tem a obrigação de ser fútil e leviano e Emma que não tendo situação financeira como a de Dexter, experimenta todo tipo de emprego para chegar onde deseja. Então, ambos chegam ao enfim juntos, até que a morte os separou.
O século XXI tem como característica literária (não sou profissional da área, apenas observadora) a escrita ficção/jornalística, fantasiosa (Senhor dos Anéis, Guerra dos Tronos, Harry Potter, A batalha do Apocalipse...) e de finais trágicos. Basta ler livros como: O caçador de pipa, A cidade do sol, A culpa é das estrelas, A menina que roubava livros, Se eu ficar... e Um dia. 
O último tem a escrita cativante, porém no final, pareceu uma sombra do livro "Um amor pra se recordar" (se fosse uma versão menos compacta da felicidade do enredo de ambos os personagens). Parece que o autor não economizou tinta para o início/meio e no fim escreveu o com pressa. Válido o tema do alcoolismo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Diário Literário Outubro


(37°/2014)Uma adorável coincidência no ambiente de trabalho, pois todos sabem da minha paixonite por livros. Indagada sobre o filme, nem sabia que estava em cartaz e detesto ler por modismo (salvo exceção, A Culpa é das Estrelas). A colega de trabalho então, prometeu convencer a filha de 12 anos a me emprestar o livro e me deixou estupefata ao citar que a mocinha já havia lido nesse ano quarenta livros. O sentimento de solidão se dissipou, afinal existem pessoas como eu, viciadas em leitura. 
A leitura é envolvente, o tema principal é a tragédia que nos desvia da rotina e muda o percurso, o trajeto, o caminho. Um dia que poderia ser um a mais, se tornou o último para o núcleo familiar de Mia. O livro aborda então as lembranças da sua vida com sua família, melhor amiga, namorado e sua paixão por música. Os capítulos se alternam entre o passado e a luta, que justifica o título "Se eu ficar", de Mia que está em coma e é a única sobrevivente. Impossível não umedecer os olhos e refletir. 
Tranquila por ser uma literatura para adolescentes, me indaguei por quê  a maioria dos adolescentes não curtem ler. Hoje o mercado tem produzido literatura própria para idade, com os impasses da fase e nem são histórias tão suaves assim. Essa mesmo aborda temas difíceis até para um adulto lidar. Espero que autores brasileiros produzam, pois precisamos desse tipo de material em sala de aula. 
Nada contra Machado de Assis e outros, eu o amo e minha primeira monografia foi sobre sua obra mais conhecida, mas lê-lo até mesmo em HQ no ensino fundamental, é de dar calafrios. Lógico que para o PAS/UNB é super válido. Preciso registrar que Thalita Rebouças já escreve para o público juvenil e espero que Eduardo Spohr, acrescente esse tipo de trabalho ao seu talentoso dom literário.
A autora finalizou muito bem com um suspense que deixa na mente a certeza, "quero ler o próximo". Como brinde o livro vem com as primeiras páginas da continuação "Para onde ela foi". Indico!




Mais que um carpinteiro - Josh MacDowell e Sean McDowell
O título é bem chamativo e tem muita relação com a experiência espiritual do autor. A participação do seu filho, por mais científica que seja, torna parte do livro tediosa. O testemunho no último capítulo é emocionante e de forma resumida, sim, Cristo é mais que um carpinteiro. Indico.





Ortodoxia - G. K. Cherterton
Leitura complexa, porém possível. Apologia ao cristianismo paralela aos questionamentos do período e contrária às filosofias e doutrinas do início do século XX. Yancey afirmou que se tivesse que escolher um único livro fora a Bíblia, escolheria "Ortodoxia". Bom, eu escolheria "O Evangelho segundo Jesus Cristo" do ateu Saramago.


Super indico o trabalho do jornalista Lucas Figueiredo, revisado pelas professoras Júnia Ferreira Furtado (UFMG) e Carla Maria Junho Anastasia. Possível de leitura e compreensão não apenas ao público acadêmico, mas em geral. Muito gostoso de ler e não é cansativo o excesso de informação fornecido no decorrer dos capítulos que mesclam fatos mundiais, de Portugal e da colônia portuguesa no período da corrida exploratória do ouro. 


Presente desejado, presente ganho! Catarina governou 34 anos,depôs o próprio marido e modernizou o Império Russo. Leitora dos iluministas, sempre é citada quando o assunto é despotismo esclarecido. O autor tomou como base passagens de diários e cartas da czarina. Rejeitada por sua mãe, por ter nascido mulher, logo é usada pela mesma como degrau para o crescimento. Sofia (Catarina) é chamada aos 14 anos para contrair o matrimônio com o futuro imperador da Rússia, mesmo tendo que abrir mão do protestantismo e participar de disputas políticas territoriais. É possível ler não acontecimentos históricos russos, a intimidade da alcova de Catarina, detalhes pitorescos do espaço privado e público e também  assuntos paralelos fora da Rússia,como a independência das colônias inglesas e a Revolução Francesa. 640 páginas envolventes. 


Excelente autora que conseguiu acertar em suas três obras. Os temas são: tecnologia, filhos, escola, vizinhança e Bridget, com seu jeito singular de ser. Na primeira obra a autora colocou a personagem na busca de um alguém idealizado para acabar com sua solteirice. Na segunda, Bridget está namorando e tem que enfrentar a perigosa "inimiga água-viva" e o mercado de trabalho, sem contar que não foi fácil manter o namoro. Já na recente obra e talvez última de Bridget, a mesma ficou viúva,  precisando cuidar de dois filhos sozinha e recomeçar a vida. O fabuloso nas três obras é a capacidade da autora em conciliar seus temas com humor e conseguir enfatizar a loucura da personagem que no fundo só quer acertar. Na verdade, muitas de nós temos um pouco de Bridget na alma. O acaso acaba abençoando Bridget e ela sempre vai acertar de forma distraída.O desfecho de todas as obras é sensacional.