sexta-feira, 12 de abril de 2013

Diário Literário março/abril 2013






Após cinco anos de pesquisa a autora reuniu informações de mais de duzentas obras sobre o tema do amor que pode existir entre um homem e uma mulher, ou entre dois homens ou entre duas mulheres. Expondo casos amorosos de diversas épocas a autora dividiu seu trabalho em duas partes, o volume I que vai da Pré-História ao Renascimento e o volume II que vai do Iluminismo até o século XX. Difente da História que se baseia apenas em fatos e datas, a autora se utiliza da História das Mentalidades, que se refere a sentimentos e comportamentos coletivos de determinado período ou lugar.

Fiquei meio sem entender a intenção da autora no término do capítulo sobre a Pré-História. Tudo bem, amor nem pensar no período citado, mas as questões levantadas ao masculino e feminino não linkaram muito. Muito interessante: "Na realidade, a diferença entre sexos é anatômica e fisiológica, o resto é produto de cada cultura ou grupo social. Tanto o homem como a mulher podem ser fortes e fracos, corajosos e medrosos, agressivos e dóceis, passivos e ativos, dependendo do momento e das características que predominam em cada um, independente do sexo. Insistir em manter os conceitos de feminino e masculino é prejudicial a ambos os sexos por limitar as pessoas, aprisionando-as a estereótipos".

Sobre a Grécia, a descrição de mitos (4500 a.C a 146 a.C)na tentativa de descrever o possível sentimento que existia na época entre homens e mulheres. Divisão entre período homérico e Grécia Clássica (incluindo o mito do andrógino; casamento; dote; hetairas e efebos).
Sobre amor/sexo em Roma (146 a.C ao século III) a autora descreveu sobre a civilização romana, Augusto e seu amor por Lívia, sua filha e neta rebeldes que transgrediram leis criadas por ele, as mulheres romanas, Cleópatra (Júlio César e Marco Antônio), como que era o casamento, a procura de um marido, a cerimônia de núpcias, o divórcio ... e muito mais. O link com a modernidade foi o melhor até agora na minha opinião.

No capítulo Antiguidade Tardia (Século III ao V) a autora descreve o período de intervalo entre a Antiguidade Clássica e a Idade Média, período em que o Deus dos cristãos se torna Deus único do Império Romano. Se na Grécia e em Roma o prazer era valorizado, com o cristianismo surge a condenação geral da sexualidade e uma rigorosa regulamentação de seu exercício. O capítulo também aborda sobre a transição do prazer desmedido para a recusa total em nome da fé cristã. Nesse processo transitório entre a Antiguidade Clássica e a Idade Média a desvalorização do corpo, a castidade fundamentada nos textos paulinos, a culpa cristã e a flagelação foram uns dos comportamentos que acompanharam a expansão de uma Igreja coesiva em um mundo instável. Muito do que o mundo atual ainda considera "pecado" não tem origem nos ensinamentos de Jesus Cristo ou nas Tábuas entregues no Sinais, mas nas antigas vicissitudes sexuais de homens que viveram nesse período citado da Roma Imperial, como São Jerônimo e Santo Agostinho.

Capítulo muito extenso sobre a Idade Média (V-XV). O amor, somente a Deus, a ausência total de indivualidade, o corpo totalmente desprezado, as doenças do período explicadas como resultados de pecados dos pais ou de práticas sexuais, a flagelação e o celibato como domínio para conter os impulsos sexuais e o amor cortês que surge no Renascimento do século XII, contrariando os ensinamentos católicos de amor apenas a Deus e não de forma recíproca. O refúgio no adultério demonstrada na literatura cortês. Confesso que esse capítulo é um pouco cansativo. Link com a violência à mulher, não sua origem, mas a permanência de comportamentos de posse masculina e submissão feminina que ultrapassaram séculos.

Século XVI e suas modificações na Europa. Mudanças comportamentais da burguesia, que de fato passa a copiar o comportamento da nobreza. Poucas modificações de mentalidade da Idade Média para o Renascimento. A autora aborda temas que para muitos aconteceram apenas no período medievo, como por exemplo, a caça às bruxas. Para os inquisidores a feitiçaria era mais comum entre eas mulheres do que entre os homens. Para poder anular o poderio do "diabo", homens "santos" e "temerosos" em nome da santa fé, queimavam mulheres, decepavam seus seios e depois colocavam seu mamilo ensanguentado entre os lábios delas. Porém, o que não se conta é que toda forma de repressão e normatização, deixou a maioria das pessoas com medo de serem julgados e torturados, conduzidos assim ao trabalho compulsivo e sem gratificação nesta vida. O que auxiliou, e muito, a concentração do poder na mão de poucos. A autora faz referências à Reforma, Contrarreforma e sobre o puritanismo, tão presente em nossos dias. Com seus mesmos erros, mesmas doutrinas e mesmas ideologias. Quem não está dentro do padrão, reprimido em nome da moral e dos bons costumes, será. INDICO.




Confesso que fugia um pouco desse autor por não curtir muito auto- ajuda, e o mesmo é muito conhecido nessa área por seus vários escritos. Autor de mais de 55 livros nessa área, também é considerado como o "poeta e profeta da medicina alternativa".
O personagem principal é Mickey Fellows, um comediante, divorciado que acabara de perder o pai, Larry. Após uma experiência de contato com o além, ou seja, com seu próprio pai, Mickey recebe a visita do misterioso Francisco. O livro vai girar em torno dos diálogos entre os dois. Temas como medo e ego são abordados, tendo como resultado o riso que não depende da aprovação. O autor procura demonstrar que o sorriso e o bom humor continuam sendo as melhores opções para os dias atuais.
Leitura simples, objetiva e possível de não ser banal ou entediante como alguns livros de auto-ajuda. INDICO. 




Ufa! Esse custou a terminar. O autor dividiu a continuação do livro três em duas partes. Essa, no caso, se concentrou mais em Porto Real, logo alguns personagens não aparecem. Muitas emoções para os que dão ao ar da graça, fatos que me deixaram boaquiaberta! Cersei, Arya e Brienne. O autor é dotado de uma criatividade singular e consegue descrever com detalhes, cenas, pessoas, vestes, momentos e tirar do leitor, personagens queridos.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Minha terra

Poesia dedicada à Rosilda, futura moradora de Brasília que solicitou minha ajuda para saber um pouco mais da minha terra:

Minha terra tem um clima que confunde até o sabiá
De manhã chove e faz frio
De tarde não sei como vai "tá".

Minha terra é de uma secura
Que até as árvores tiveram que se adaptar
E se vai visitá-la, tenha um soro
Para seu nariz humidificar.

Minha terra está localizada no cerrado, Planalto Central
Aqui turista encontra diversidade gastronômica e cultural

Na minha terra estudar pra concurso é a atual moda
e o povo daqui é formado de cabeça, tronco e roda

Na minha terra tudo é longe e diversão custa caro
Se divertir de coletivo é difícil
Sofre quem não possui carro.

Na verdade minha terra pela corrupção está manchada
Mas não é por isso que ela, por seu povo não é amada

Eu gosto da minha terra, sempre saio e viajo pelo país
Mas e à ela que retorno e mesmo reclamando me sinto feliz.
13/01/2011

Brindemos


"Cavucando" lá no fundo das gavetas literárias achei essa pérola que tenho quase certeza que foi eu que escrevi. rs. Na verdade era um perfil no Recanto das Letras, onde tinha dois nomes de Deusas, uma grega e outra nórdica. Já faz muito tempo. Enfim, brindemos. 

Brindemos o luto do amor que nunca existiu
Brindemos aquela quase infinita dor que se alojou no peito
no dia que você partiu.

Brindemos as constantes e laicas despedidas
Brindemos o nunca, o adeus, as mais profundas feridas.

Brindemos o que nos limita
Brindemos a revolta que nos capacita.

Brindemos as percas e o vazio que ela gerou
Brindemos os surtos existenciais diários "quem de fato eu sou?"

Brindemos a manhã seguinte que sempre chega
sem nem ao menos solicitar
Brindemos o ontem, um dia que conseguimos da morte furtar.

Brindemos com o gosto salgado das lágrimas que teimaram em surgir
e depois de tantos brindes, decida, se vale a pena desistir.

Deusa 09/março/2011