Me falta inspiração para atualizar meu blog. Não é falta de tempo, é vontade mesmo. O ano de 2012 foi de lascar, mas em tudo Cristo me sustentou. Agora, que bom ter na leitura uma possibilidade de refúgio, de ida e vinda, de aprendizado. Já são 55 livros lidos e poderiam ter sido mais, porém o fútil de vez em quando tem que nos tirar da seriedade que contém a vida. No momento estou lendo 09 livros, e faço isso com facilidade, um capítulo por livro. Todos nós devemos separar um tempo para fazer aquilo que gostamos. Respeito quem não gosta de ler, mas me fascina quem gosta.
Um breve relato de alguns livros que estou lendo:
"O
Historiador" é uma ficção-histórica sobre o Conde Vlad III (Vlad Tepes), o Empalador,
que reinou na Valáquia no século XV.
Fruto de 10 anos de pesquisa da autora sobre o tema. O nome deriva da raiz latina que significa dragão ou demônio (Drakulya),
título honorário de Vlad. Drácula foi meio que eternizado por Bram
Stoker, que além de criar uma criatura vampiresca, tomou como base
relatos superticiosos de camponeses. O interessante é que o livro de
Bram em nenhum momento menciona o nome de Vlad. Após ler sobre o livro, muitos o
comparam com o livro de Bram Stoker, que apesar do vampirismo acentuado, fez uma crítica ao choque
entre a cultura racional inglesa e a cultura superticiosa do Leste
Europeu. Bem, todos sabemos que
Hollywood tomou conta do assunto.
Em "O
Historiador" já nos primeiros capítulos é possível perceber partes da
História Medieval, História do Império Otomano e História Contemporânea
(período da Guerra Fria). A autora consegue com muita imaginação
preencher as lacunas entre a realidade e a ficção. O livro tem como enredo também a história de uma garota de 16 anos que
descobre na biblioteca do pai em Amsterdã uma carta ... Há várias
descrições das cidades (países) citadas ou visitadas, geograficamente
e/ou culturalmente."
A
mulher de trinta anos faz parte da obra máxima de Honoré de Balzac "A
comédia humana - estudos de costumes - cenas da vida privada". Tido como
inventor do romance moderno, Balzac duplicou às mulheres da época a
idade do amor. Não apenas isso, mas também descreveu muito bem a França e
os franceses no período entre a Revolução Francesa e a Restauração.
Prova disso está nas páginas iniciais onde Júlia com seu pai assisti o
desfile de Napoleão em 1813 e a fuga da mesma após a queda do imperador.
Muito interessante o comentário sobre a tia de Vitor: "A tia não chorou,
pois a Revolução deixou às mulheres da antiga monarquia poucas lágrimas
nos olhos. Outrora o amor e mais tarde o Terror as familiarizaram com
as mais pungentes peripécias, de modo que elas conservam em meio aos
perigos da vida, uma dignidade fria, uma afeição sincera, mas sem
efusão, que lhes permite serem sempre fiéis à etiqueta e a uma nobreza
de atitude que os novos costumes cometeram o grande erro de repudiar.
Talvez
a intenção inicial de Balzac era a crítica ao sexo masculino (ou
feminino mesmo), e não apenas aos costumes da época. A descrição sobre o
pai de Júlia (a protagonista) e sobre Vitor (seu marido) nos
possibilita essa interpretação. "Conselheira do marido, ela dirigia suas
ações e sua fortuna. ... Antes de mais nada, seu instinto tão
delicadamente feminino dizia-lhe que é muito mais belo obedecer a um
homem de talento do que conduzir um tolo, e que uma jovem esposa,
obrigada a pensar e a agir como homem, não é nem mulher nem homem,
abdica todos os encantos de seus sexo..." (pg 53)
Enfim, Júlia tem uma anemia existencial após o seu casamento que de tão
bem descrita, não chega a ser fútil. Apaixona-se por outro homem, porém a
maternidade a impede (levando inclusive ao trágico - em relação a
Arthur). Agora isolada de todos, elite e esposo -, espera a benção da
morte. Vejamos o caminho que vai ser trilhado.