segunda-feira, 1 de abril de 2013

Brindemos


"Cavucando" lá no fundo das gavetas literárias achei essa pérola que tenho quase certeza que foi eu que escrevi. rs. Na verdade era um perfil no Recanto das Letras, onde tinha dois nomes de Deusas, uma grega e outra nórdica. Já faz muito tempo. Enfim, brindemos. 

Brindemos o luto do amor que nunca existiu
Brindemos aquela quase infinita dor que se alojou no peito
no dia que você partiu.

Brindemos as constantes e laicas despedidas
Brindemos o nunca, o adeus, as mais profundas feridas.

Brindemos o que nos limita
Brindemos a revolta que nos capacita.

Brindemos as percas e o vazio que ela gerou
Brindemos os surtos existenciais diários "quem de fato eu sou?"

Brindemos a manhã seguinte que sempre chega
sem nem ao menos solicitar
Brindemos o ontem, um dia que conseguimos da morte furtar.

Brindemos com o gosto salgado das lágrimas que teimaram em surgir
e depois de tantos brindes, decida, se vale a pena desistir.

Deusa 09/março/2011