quarta-feira, 20 de novembro de 2019

No palácio do rei Minos


A civilização de Creta era chamada de minoica por causa do rei Minos (apesar que muitos afirmam que ele nunca existiu). A existência de uma estrutura complexa acabou sendo base de muitos para elaborar o mito do Minotauro. Nenhum momento transparece ser mitologia, então não tem a origem do touro no livro.  O que podemos analisar na leitura é a presença de classes sociais diferenciadas: escravos, servos e camponeses para o trabalho diário de manutenção da cidade. No palácio há a citação da sua beleza e riqueza. Confirmando a religião dos cretenses antigos, a religião dos residentes minoicos era dedicada à deusas femininas:

"Ó mãe dos homens, dos animais e das plantas, eu, Creta, te chamo". 

Várias cidades gregas pagavam tributos a Creta e o ponto chave é o ferro. No livro, o reino que conhecesse a técnica de manusear o ferro seria superior às demais. Estamos falando da Idade do Bronze. Com o sequestro de Aristides, o ferreiro de Creta, Minos, o rei, decide ordenar que o sequestrador, Teseu, seja sacrificado a Minotauro. Todo ano, catorze jovens eram sacrificados para aplacar a fúria da fera. Teseu, filho de Egeu (rei de Atenas) e sequestrador de Aristides, acata a ordem. 

O leitor vai reconhecer a presença de muitos personagens mitológicos (Dédalo, Ícaro, Ariadne, ...), mas alguns tens desfechos segundo a vontade do autor. No final, a invasão dos dórios com Teseu finaliza a o reinado de Minos e ascende Atenas como potência grega:

"Como Creta é um mundo diferente do nosso! São ao mesmo tempo, civilizados e bárbaros, possuem riquezas inimagináveis, seus celeiros estão abarrotados, seus navios sulcam todos os mares, seus exércitos conquistam o mundo inteiro. Nossa Atenas é ainda uma jovem camponesa pobre, simples e pudica, mas ainda é a ela que prefiro. Eles deixaram para trás a sua glória e já estão esgotados. Nós temos ainda toda a história à nossa frente..." (p.28)

Sobre os dórios:
"São bárbaros, falam uma língua rude, comem e bem muito,embriagam-se e brigam, não sabem se comportar. Mas seus filhos serão melhores, e os filhos de seus filhos já serão gregos". (p.212)

Também cita Clio, a musa do meu curso:
"Então quem é? Sou uma musa, uma das nove musas. Clio, a musa da história" (p. 248).


Leitura leve, descompromissada com muitas referências para quem curte mitologia e conciliar ficção com fatos históricos. 

Sobre o autor, também indico, Zorba, o grego.