quarta-feira, 9 de março de 2016

Guia politicamente incorreto da Filosofia

O título deveria ser "Guia politicamente incorreto do politicamente correto" ao invés de "Guia politicamente incorreto da Filosofia: um ensaio de ironia". A ironia fica, Pondé é bom nisso. Você vai se pegar dando boas risadas do seu humor ácido. Mas, ainda que sempre deixe claro que as piadas contras as minorias são erradas (sempre em parênteses) o livro é uma crítica subjetiva sobre não poder criticar abertamente as minorias como antes. 
A grosso modo, o politicamente correto é "uma suposta política que consiste em tornar a linguagem neutra em termos de discriminação e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais, como a linguagem e o imaginário racista ou sexista" (Wikipédia, eu sei, fonte podre de referência). O autor acusa uma tendência de mau caráter dos ditos politicamente corretos. Denuncia o uso político da palavra, que com suas distorções, tem gerado uma massa popular (perigosa) que se ilude e usa mau o termo democracia. 
Ora, desde os gregos, poucos podem governar. Maquiavel também citou a virtude. Mas, fica clichê o autor não se atentar às mudanças históricas de lá pra cá. Parece que as conquistas só geraram poder aquisitivo da massa, aeroportos lotados, pobre por todo lado, um mundo como um grande churrasco na laje. 
Claro, sobrou para as feministas. Confesso que o autor teve seus acertos. A mulher não pode negar suas características biológicas, mas ele não perceber que ela não quer ser inferiorizada por isso, foi erro crasso também. Não sei de onde ele tirou a romantização da mãe solteira, talvez dos grupos feministas radicais, que aliás nem filhos almejam. Mas, boas risadas quando ele aborda sobre as "azedas" e se remete ao neolítico. 
Pautado em grande parte na Psicologia Evolutiva (parece que está em moda), Pondé vai justificando instintos, comportamentos e na boa!? preconceitos. Ele, como muitos, está irritado com o tal do politicamente correto. Mas, basta uma pesquisa rápida no google para perceber a tendência dos contrários. Não que eu não acredite no uso tendencioso e político dos grupos em defender grupos como gays, negros e mulheres (que o autor diz que nem minoria são, puts!).
Bom, é na mesma linha dos "Guias politicamente incorreto", com a diferença que o autor deixa claro que se trata da sua opinião. Diferente de outro autor que usa de charlatanismo, como bem ponderou Leandro Karnal. Indico a leitura para que você possa analisar onde esconde o seu preconceito.
Somente.