quarta-feira, 17 de junho de 2015

Diário Literário - Frida: a biografia



31/2015 - Acredite, é impossível compreender as obras de Frida Kahlo sem conhecer sua biografia. Confesso que no ano de 2010 penei bastante em sala de aula para falar sobre sua obra, pois aqui em Brasília seus autorretratos são (ou eram) solicitados na 1ª etapa do PAS/UNB. Também fez parte do meu trabalho final no curso de espanhol falar sobre sua vida... e a vontade de conhecê-la melhor só cresceu. Então chegou o momento de ler a obra publicado em 1983 "Frida: a biografia" da historiadora de arte e especialista em América Latina, Hayden Herrera. Foi com base nessa obra que um dos roteiros para o cinema foi desenvolvido. 


Sobre Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon, nascida em 1907 (ela dizia 1910 por causa da Revolução) vamos saber desde os seus pais, sua infância, a poliomielite que deixou uma lesão no pé esquerdo, fato que em 1950 resulta em amputação do membro inferior, do trágico acidente em 1925 que a deixou com múltiplas fraturas e a destinou a várias cirurgias, ao uso de coletes de couro e gesso, dores constantes a ponto de chegar ao vício de morfina, seu relacionamento com o muralista Diego Riviera e dois casamentos como o próprio, seu caso com homens e mulheres, aliás na relação dos dois era frequente o adultério (ela chegou a ter um caso com Leon Trotsky), sua arte que surgiu a partir da sua limitação e retratava sua própria condição, suas exposições, viagens e vários outros detalhes embasados em cartas e relatos de amigos e parentes. 

Sua obra é marcada por suas angústias, como por exemplo a imagem acima, onde ela tenta descrever a dor que sentia na coluna. Ela passou por várias cirurgias, e passou muitas temporadas da sua vida acamada, o que não limitou a artista a produzir, pois ela sempre dava um jeito.

"Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor" 



Frida era apaixonada por Diego, isso é bem marcante na obra. A autora em alguns momentos deixa transparecer que Frida usava um pouco da sua desgraça para chamar a atenção, tanto de Diego como dos amigos, seja como for, Frida  se superou, superou uma história de frequentes dores, limitações, traições e eu depois da leitura a admiro ainda mais. Haverá uma exposição em São Paulo em setembro desse ano, marcada como surrealista, ela participou dos círculos de artistas surrealistas e exposição, mas a própria afirmou não ser surrealista:

"Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade."

Os últimos dias de Frida foram angustiantes, em 1954 ela morreu de embolia pulmonar, mas ficaram dúvidas por dois motivos, a entrega de um anel de presente a Diego com 17 dias de antecedência do aniversário de casamento e pela frase no seu diário:

"Espero alegremente a saída, e espero nunca mais voltar". 

O livro descreve o velório e cremação de Frida e várias ilustrações no final, que foram detalhadas no decorrer da obra. Super indico.