domingo, 18 de agosto de 2013

The Tudors - O seriado


Pronto! Consegui assistir a série completa de The Tudors (quatro temporadas) depois de várias procrastinações, afinal, sou mais dada à leitura do que imagens. 

A dinastia Tudor (casa real de origem escocesa, governou o Reino Unido entre 1485-1603), a série trata em específico de Henrique VIII, 2° rei da dinastia e que reinou mais de 30 anos. A explicação da beleza do ator que interpreta o monarca (Jonathan Rhys Meyers) é mais convincente que a desculpa para Thiago Lacerda ter interpretado Garibaldi. Explicaram que, quando mais jovem, o monarca era encantador e possuía vários atributos intelectuais e comportamentais. Então tá?! Sem rejeições. 

Bom, não vou fazer uma análise histórica, com críticas ou elogios, pois vi que já tem muito disso na internet, e os erros históricos são repetitivos em várias páginas. Não vou repetir aqui. Que tem alguns erros históricos isso tem, mas me convenceu mais que "Os Bórgias". Sem dúvida. 

A primeira temporada (1518-1530) parece conter os maiores erros históricos (no que trata de Tomás Wolsey e a irmã do rei e seu casamento com o rei de Portugal). Por mais que a ruptura com a igreja sempre tenha sido atribuída pela rejeição da mesma em anular o casamento com a rainha Catarina de Aragão (1ª esposa), sabemos que não foi bem assim. Nobres, fazendeiros e a burguesia mercantil ganhou muito mais influência política com a ruptura. Sem contar a própria Coroa com a expropriação dos feudos e a substituição da autoridade divina da Igreja, fortalecendo o direito divino dos reis. Bom, é dado muito ênfase a isso no seriado e nos vários livros didáticos que temos por aí. 

Na segunda temporada (1531-1536) não curti muito a atriz que fez Ana Bolena (Natalie Dormer) apesar que interpretou muito bem, no último episódio. Até hoje há um debate se as acusações contra Ana Bolena (2ª esposa) são verídicas, leia-se até incesto com o irmão. Sua decapitação ter sido feita por uma espada tem uma explicação bem interessante. Nessa temporada que ocorre de fato a ruptura com a Santa Sé e a criação da Igreja da Inglaterra. Bem original a questão do conflito do sucessor do rei e sua preocupação em ter um herdeiro do sexo masculino, obviamente. Nessa temporada se me recordo bem, que morre Thomas More, o autor do livro A Utopia, pois não rejeitou a fé católica. Então percebe-se que não foi uma Reforma apenas política, também havia a obrigação de rejeitar as doutrinas católicas. Nessa temporada percebe-se a influência protestante na corte e nas decisões do rei, coisa que vai diminuindo nas demais.

Na terceira temporada (1536-1540) eu estranhei a mudança de atriz que interpreta Jane Seymour e detalhe, ela casa-se (3ª esposa) de branco. Pensei ter sido coisa da Rainha Vitória. Com a morte de Jane Seymour, o rei fica mal pacas, conversando só com o bobo da corte. E quantos de nós pensávamos que esse só tinha a serventia de divertir, rs. Tendo que casar novamente, Henrique acaba influenciado por Thomas Cromwell (que aliás, muito bem interpretado) casa-se com Ana de Cléves (4ª esposa). Nessa temporada que aparece Hans Holbein, retratista renascentista alemão do século XVI. O pintor esconde as marcas que Ana possuía no rosto, o seriado também. Mas, aparece a rejeição do rei ao casamento, que acata realizá-lo pela necessidade de aliança com a liga protestante. Essas alianças são demonstradas o seriado todo, ora a França, ora a Espanha, faz e desfaz e em todas as críticas que li, não encontrei nenhuma sobre o papel dos embaixadores na corte. Nessa temporada também demonstra a Peregrinação da Graça, uma revolta popular contra a Reforma Religiosa e toda a destruição dos monastérios. Ana de Cléves vai ser rejeitada e seu casamento anulado, tornando por decreto irmã do rei. Os motivos da separação não ficam evidentes no seriado, apenas o desinteresse físico, mas historicamente foi mais do que apenas isso. No seriado eles ficam juntos sexualmente falando, bom é o que parece, mas parece que de fato não foi bem assim.

A quarta temporada (1540 até sua morte) fica mais corrida que a terceira, os primeiros episódios são sobre o casamento com Catarina Howard (5ª esposa) de 17/18 anos que é decapitada a mando do rei (adultério) e também sobre o casamento com Catarina Parr (6ª esposa). Há a conquista de Bolougne e fica cansativo quanto a isso. Nessa temporada que é demonstrado a tradução da Bíblia para a própria língua do povo, o que o rei critica por surgir questionamentos. Leia-se Anne Askew (demonstra a tortura à mulher) queimada na fogueira por questionamentos quanto à consagração do pão e vinho. Então no final o rei rejeita a primeira pintura de Hans Holbein e mando-o fazer outro retrato, o mais conhecido de todos. E the end.



Bom, eu indico o seriado pelos detalhes (históricos de fato) da corte, das intrigas, do figurino (criticado por alguns) pelo estilo e estrutura gótica presente, pelas questões religiosas (Ato da Supremacia), o Artigos da Fé da Igreja Anglicana, torturas, guerra, papel dos embaixadores, o papel da mulher no casamento e no quesito reprodução, o direito divino dos reis, figuro, mobiliário, e etc, etc, etc.

(É, a imagem tem apenas cinco mulheres, sei lá, devem ter cortado, não fui eu).