sábado, 7 de julho de 2012

O Homem Duplicado






Identidade alheia

Tertuliano Máximo Afonso é um simples professor de História e se encontra entediado com sua rotina. Divorciado, mantém uma relação não formal com a funcionária de um banco, Maria da Paz. Esta, que mora com sua mãe, procura de todas as formas uma decisão da parte do professor. Há muitos conflitos nessa relação, assim como, na relação com a sua mãe, dona Carolina e o seu senso comum, que visita-o nas horas mais inusitadas. Os vários diálogos que acontecem no decorrer da trama são muito interessantes e fazem valer a pena a leitura.

A mudança na vida do professor acontece quando seu colega de trabalho, o professor de Matemática, indica um filme segunda classe. Para surpresa de Tertuliano, o balconista/ator é sua cópia física mais que fidedigna. Depois disso, há meias verdades e mentiras inteiras para desvendar esse mistério. Em uma época de iniciação à informática, o trabalho de pesquisa foi minucioso.

Após uma busca, Tertuliano finalmente descobre Antônio Claro. Após o primeiro encontro, a paz se tornou distante para ambos. Para piorar a situação, Antonio Claro decide passar a noite com Maria da Paz, que infelizmente não foi contemplada com a verdade inteira. Sem ter o que fazer, Tertuliano não apenas permite, como empresta documentos e roupas para Antonio. Seguindo a Lei de Talião, passa a noite com Helena, esposa do seu sósia. Com todas essas capacidades humanas de ação, a identidade se confunde com a semelhança física e a mais prejudicada nesse labirinto cretense foi Maria da Paz. Pagou com a própria vida.

Agora, o que se achava duplicado, sendo único, tem que assumir a identidade alheia e perder a sua. E Helena, a frágil que vivia na base de remédios, é aquela que acaba dando a solução e desfecho final. Porém, quantas cópias duplicadas ainda terá Tertuliano, agora Antonio Claro, destruir?