segunda-feira, 12 de março de 2012

O Crime do Padre Amaro - O filme

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Depois de lido o livro O Crime do Padre Amaro de Eça de Queirós fui átras do filme. Puts! Assisti de óculos escuros pois estou com uma baita conjutivite e a fotofobia está tensa. Se os olhos são as janelas da alma, não sei nem como está a minha. Que agonia viu ...
O filme é do ano de 2002 e o enredo se passa no interior do México, diferente do livro que o local é em uma cidade de Portugal. Acho que os únicos que ficam com os mesmos nomes são Amélia e Amaro. Esse também é um padre recém ordenado e há também a crítica em relação à Igreja que com hipocrisia condenava as guerrilhas (período das guerrilhas comunistas na zona rural) mas fazia vista grossa às doações do tráfico de drogas e lavagem de dinheiro para construção de um hospital. 
A mãe de Amélia (Sra. Sanjuanita) também é amante de um padre (Benito), assim como na literatura. O inimigo da fé no filme é o comunismo, o ser herege para os católicos da região e da época, enquanto que na literatura é a Ciência. Totó no filme vai se chamar Getsemâni (um padre que a batizou assim, e que estranho, o nome do jardim das agonias de Cristo antes da Cruxificação).
O namoradinho de Améilia é Rúben e até que não pena tanto quanto o João Eduardo de Eça de Queirós. Rúben esnoba a protagonista quando essa tenta reatar (diferente da obra literária). No livro, o padre Amaro chega a desejar que a criança nasça morta, afinal será mais um anjinho no céu. Caso nasça viva seria dado para os outros criar. Já na versão cinematográfica, o assunto vai passa antes pela adoção.
Mas o que casa mesmo no filme com o livro é o final trágico de Amélia (maldita Eva) que ao seguir a ideia de Amaro (muito interessado na sua "vocação" ao sacerdócio e não ao matrimônio) decide fazer um aborto em uma clínica clandestina. Óbvio que se Eça de Queirós queria criticar certos males da sua época, o diretor do filme também teve lá suas intenções. 
Bem, mesmo não gostando muito da versão do filme achei possível analisar o lado rural do México e o sincretismo religioso que existe desde os tempos de colonização espanhola. Para finalizar, fiquei sabendo que antes da estreia em 2003, teve muitos movimentos para tentar impedir sua estreia o que não adiantou muito, trazendo mais pessoas às salas de cinema.