quarta-feira, 4 de março de 2015

Diário cinematográfico "Sniper Americano"



O Sniper Americano bateu recorde de bilheteria nos EUA. Sob direção do também ator Clint Eastwood demonstra a biografia de Chris Kyle, um ex-franco atirador da Marinha. Baseada na obra literária escrita por Kyle, o filme no meu ponto de vista não é uma produção com a finalidade apenas de homenagear e engradecer os soldados norte-americanos. Seria talvez um "os fins justificam os meios" para o Destino Manifesto dos EUA. Kyle, que foi assassinado por um veterano de guerra, Eddie Ray Routh, teve participação na Guerra do Iraque e contabilizou mais ou menos 160 mortes. Seu assassino foi recentemente condenado à prisão perpétua nos EUA e por mais que fosse alegado traumas pós-guerra, o júri popular levou a diante sua condenação. 


Pois então, eu gostei do filme. Apenas como filme. Atores lindos, fardas limpas e sempre engomadas, mesmo no vucuvuco e etc. Do contexto psicológico você fica apaixonada pelo patriotismo de Kyle em abrir mão da família para salvar sua nação. Será que sua esposa não entende isso minha gente? Até as discussões do casal são serenas, diferente do casal do filme brasileiro Tropa de Elite I, que a mulher tacá-lhe um tapa na cara no meio da discussão. Kyle, ao meu ver, mesmo no filme demonstra algo suspeito no treinamento ("como você se sente Sr. Kyle?" "eu me sinto perigoso" e quando acerta uma serpente "talvez eu seja melhor em atirar alvos que se locomovam"). 


Começa então a ação com sua convocação após os atentados que abalaram os EUA no dia
11 de setembro de 2001, ao meu ver, aí que começa o jogo dos sete erros de Eastwood. Não que ele fosse obrigado a citar nada disso no seu filme, mas a ausência de contexto histórico foi pecado capital. Para quem não se interessa por História, fica como verdade o que está na tela. Vale a pena citar RESUMIDAMENTE as buscas de George Bush por Osama Bin Laden (treinado por quem mesmo?) no Afeganistão, depois as buscas por Saddam Hussein com a denúncia de estoques de armas químicas e biológicas de destruição em massa e com a coalizão militar com outros países contra os iraquianos, deu início a um intenso bombardeio no local. E a tal das armas? Basta pesquisar no Google as atrocidades cometidas pelos soldados norte-americanos contra civis, sem contar mulheres. De tão nojento, decidi não reproduzir aqui. É repugnante. Não são todos, mas vá lá. Não me engane apenas com um filme. No fim de 2011, Barack Obama cumpriu a promessa e deixou livre o Iraque da ocupação e cheio de problemas. 


Não estou defendo os terroristas que são citados na obra de Chris Kyle como "o mal feroz e desprezível" e que no filme são chamados de "selvagens". Não é isso. Ressalto que o filme demonstra até a morte de Abu Musab al-Zarqawi, conhecido como açougueiro, guerrilheiro e líder terrorista. A capacidade de violência desses terroristas é inenarrável e indescritível. O aumento de adeptos ao terrorismo é alarmante e para explicar a gênese, motivos e grupos seria necessário mais de uma postagem. Aqui a questão não é o terrorismo ou a "lenda", mas a intenção do filme. Acredito piamente que foi um bom pai, marido e soldado. Teve seu lado perverso (humano talvez) pois é dele a frase: "talvez a guerra não seja diversão, mas eu gostei". A postagem toda é apenas para a análise mais pincelada do filme e não apenas geral.