segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Trote Universitário Agronomia UNB/DF 2011

É realmente lamentável o trote do Centro Acadêmico de Agronomia da UnB/DF (http://www.youtube.com/watch?v=W6DDP-qoLZM&feature=player_embedded#). 

Uma tremenda vergonha tanto para quem organizou como para quem se submeteu, pois "nada" foi obrigatório. A conotação sexual e as cenas humilhantes já deram o que falar, mas infelizmente todo ano é assim. Já vimos caso até de morte. A justificativa? Afirmam ser na sua origem, como se nada pudesse ser mudado.  Até quando? 

Segundo Antonio Zuin, professor do departamento de Educação da Universidade Federal de São Calos (UFSCar), os candidatos aos cursos das primeiras universidades europeias não podiam frequentar as mesmas salas que os veteranos e, portanto, assistiam às aulas a partir dos "vestíbulos" - local em que eram guardadas as vestimentas dos alunos. "As roupas dos novatos eram retiradas e queimadas, e seus cabelos, raspados. Essas atividades eram justificadas sobretudo pela necessidade de aplicação de medidas profiláticas contra a propagação de doenças", explica Zuin, que é também autor do livro O Trote na Universidade: Passagens de um Rito de Iniciação.

Mais intrigante é a origem do termo "trote": é uma alusão à forma pela qual os cavalos se movimentam entre a marcha lenta e o galope. A aplicação da palavra ao mundo das relações entre calouro e veterano tem, na visão de Zuin, um significado claramente negativo. É como se o primeiro devesse ser "domesticado" pelo segundo "por meio de práticas vexatórias e dolorosas, que têm a função de esclarecer quais são as características das respectivas identidades".