Bom, eu busquei filmes de 90 minutos (tenho TDAH e filmes longos são torturantes pra mim) e na verdade a duração de Muito Louca é de 1h34. Tudo bem! Eu e meu esposo ficamos vidrados em Natalia Oreiro, atriz e cantora uruguaia, que fez o papel de Pilar. People, é comédia. Ponto! Mas eu penso como Freud "Brincando a gente pode falar tudo,inclusive a verdade".
Pilar é uma profissional que está na transição do pai para o filho em uma empresa de publicidade e agora é chefiada por um jovem que anseia por inserir as novidades virtuais em campanhas tradicionais. Percebemos a presença de uma influencer (que descobrimos que só participa da tal campanha publicitária por causa de Pilar, uma mulher quase quarentona). Toda essa tecnologia deixa Pilar deslocada e insegura. Quem nunca? (Nós geração 50/60/70).
Enquanto isso, vive amizades que não desconectam do aparelho telefônico, de um enteado que não a respeita e de um marido que não a auxilia nas tarefas domésticas. Quem nunca? Porém, um amigo de anos vai se casar com uma moça da geração atual, e juro, sem dá spoiler, achei Pilar, deveras corajosa. Mas o que quero apontar mesmo é a figura do psiquiatra/psicólogo. Por mais que seja uma produção argentina, percebemos uma mulher medicamentada que aceita tudo e em nada é auxiliada pelo profissional. Quem nunca em várias nacionalidades?
Um rito, que no decorrer do filme, coloca Pilar no centro da ação, demonstra que o poder de limite e ação sempre esteve nela e com ela. O filme é interessante por abordar conflito de gerações, tecnologia, decisões, saúde mental e limites. Não é o final que eu esperava (geração passada), mas muito válido.