domingo, 11 de setembro de 2016

Vou chamar a polícia - Dr. Yalom

Quinto livro do autor! 

"Esse sujeito, que ao falar pode identificar as raízes de seus sintomas, embora silenciados pela ciência em um dado momento, nunca deixou de viver nas tradições orais, nas narrativas épicas e mitológicas, na poesia e no romance e moderno. O que convencionamos chamar de literatura evidencia a necessidade que tem o homem de dar uma forma a seu sofrimento e de compreender melhor a complexidade dos dramas que o afligem."

"Vou chamar a polícia", primeiro capítulo do livro, é uma narrativa sobre seu amigo, Robert L. Berger. Devido um episódio na vida adulta, Robert faz um link com uma ação que estava recalcada em si mesmo. O autor então demonstra a importância da psicoterapia para auxiliar o paciente nesses feedbacks. Para o autor, a literatura pode instrumentar a psicologia, e para demonstrar o seu pensamento,  recorre, com frequência, a grandes autores, em busca de uma frase ou de um recurso literário que possibilite uma forte e clara compreensão. Também aborda temas como: Isolamento interpessoal, isolamento intrapessoal e isolamento existencial. O autor traça paralelos com a obra "Todomundo" (famosa peça medieval sobre a moralidade); Sobre isolamento existencial, ele utiliza Lewis Carroll para discutir uma dessas funções: usar o outro para corroborar nossa existência (e etc: Camus, A Queda; Guerra e Paz, Tolstói; As moscas, Sartre; Grendel, John Gardner). No capítulo "A viagem da psicoterapia à ficção", Yalom rescreve episódios sobre pacientes presentes no seu livro "O carrasco do amor". No capítulo: "O romance pedagógico", Yaslom trata sobre seu livro "Quando Nietzsche chorou". Interessante, pois muito do que sabemos sobre o filósofo está filtrado pela ação da sua irmã Elisabeth, e isso não é fonte segura e nem justa sobre ele. Yaslom traz muitas observações das suas pesquisas para elaboração da obra.No capítulo final  "Romance psicológico", ele conta sua experiência sobre seu livro, "Mentiras no divã". Na minha opinião, seu melhor livro ficcional. A grosso modo, esse livro é um diário sobre seu trabalho como escritor, que serve para autores e psicoterapeutas. Eu, como sempre, indico!