Não guardo registros, para não gerar memória, e forçar saudades.
Acredito que as maiores mágicas da vida, não pedem explicações. Depois
de explicados os encantos se desfazem, os brilhos nos olhos se apagam e a
alma se esvai.
Duvido de tudo que insista em me definir ou se
auto-explicar. Desconfio de tudo que seja intenso, que não tenha senso
ou que finja gostar. Gosto de gente de verdade, que acorda com a cara
amassada, olhos sujos e boca com gosto de noite dormida.
Coração não é terra de gente. É mar de pirata. É picadeiro de
saltimbanco. É teoria demais pra mentes pouco praticadas. É músculo que
não sente dor, mas dói sempre que a mente conjuga saudade. Verbo
irregular, pretérito imperfeito, uma das sete pragas do Egito, peste
bubônica, lepra, câncer, ou, todo mal que há.
Felizes os que
dormem noites tranquilas ou só sonham antes de dormir, livres assim de
todos os pesadelos que os possam esperar. Viver é a arte de acordar,
todos os dias, esperando apenas o jogo virar. É torcer para na próxima
esquina, aquele alguém, sei lá, de repente, te encontrar.
Amor é
palavra que sentimento ou neologismo nenhum seria capaz de explicar.
São conjuntos de sensações nervosas que cérebro nenhum consegue
aguentar. Findando em saudade, como o encontro do rio com o mar.
Ah, se todos os mistérios e segredos me fossem revelados. Ah, se todos
os meus desejos me fossem saciados. Se todos os meus sonhos fossem
realizados. Se todos os meus passados fossem apagados, os presentes
simplificados e os futuros unificados…
Saudade é verbo. Que
ninguém duvide disto. Se até ‘verbo’ é substantivo, eu que sinto,
defino. Defino mesmo sem saber se quer o motivo pelo qual, de fato,
sinto. Mas, sentir também é verbo, verbo pelo qual meu coração se
apaixona. Coração, que não é terra de gente. É mar de pirata. É
picadeiro de saltimbanco. Verbo irregular, pretérito imperfeito, uma das
sete pragas do Egito, peste bubônica, lepra, câncer, ou, todo mal que
há." (Matheus Rocha)
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E foi tão bom constatar
que não me atinge mais. Não me entristece, não me aborrece, não me tira o
sono. Passa por mim, mas, não me atravessa.
— Tati Bernardi