quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Madame Bovary - Flaubert


Bom, hoje terminei a leitura de Madame Bovary, meu último livro como meta literária de 2012 na estante do site Skoob http://www.skoob.com.br Digo que seu final trágico me impactou da mesma maneira que “Memorial de Convento” de José Saramago. Leitura que me deixa assim meio sem fala e a pensar nas intempéries da vida. A meditar nas causas e confesso que tenho reflexões que não consigo colocar no papel.

Flaubert foi processado após publicar Madame Bovary por "publicações obscenas" e “obra execrável sob o ponto de vista moral”. Foi absolvido e é dele a frase tão conhecida “Madame Bovary cest moi”. Acredito que a acusação não se deu apenas pelos casos adúlteros de Emma, mas as críticas contidas na obra contra a Igreja, sociedade e as banalidades da burguesia. Afinal, a obra faz parte do realismo, sendo influência para Eça de Queiros e Machado de Assis.

Cresceu como romântico e tornou-se adepto do antirromantismo para encarar a realidade. Talvez por isso sua heroína "Emma" comete o suicídio. Apesar de detalhista, não chega a ser cansativo, mesmo quando se trata do chapéu de Charles Bovary ao chegar na escola da cidade. O fracasso do pai, a submissão da sua mãe, a personalidade forte da primeira esposa e o romantismo de Emma que é dada por seu pai a Charles por não ter que dar um grande dote, demonstra nas páginas iniciais o que Flaubert mais estudou, a estupidez provinciana.

Emma (a protagonista) ao contrário de Charles Bovary é ambiciosa e se frustra ao continuar na normalidade da vida pacata no meio rural após o casamento. Charles “cumpria suas pequenas tarefas cotidianas como um cavalo de circo”, enquanto Emma “buscava saber o que significavam as palavras felicidade, paixão e embriaguez, que tão belas lhe pareceram nos livros”. Livros ... então! Os romances são os culpados pelos sonhos demasiados altos de Emma.

Então, seja como for, Emma possuía uma insatisfação incontrolada que levou à destruição. A sua busca pelo ideal romantizado, não está ausente na sociedade atual. Essa constante busca de satisfação no consumo, na aparência e na paixão.