domingo, 6 de fevereiro de 2011

Enquanto isso na CAPITAL do país ... chamado Brasil.

Agressões e álcool marcam resultado do vestibular
Momento que deveria ser de comemoração acabou com dois alunos agredidos e uma aluna, menor de idade, hospitalizada em coma alcoólico 
Juliana Braga - Da Secretaria de Comunicação da UnB



Augusto Botelho, 19 anos, aluno de Artes Visuais levou um soco na boca após pedir aos colegas veteranos que "pegassem leve" com os vestibulandos. O agressor, escondido por um pano enrolado na cabeça, não cedeu e derrubou o rapaz.  “Isso mostra que o trote é um ato de pura violência e não recepção aos calouros. Os ovos não eram jogados contra os vestibulandos, e sim contra nós, do CA e do DCE, que protestávamos contra o trote”, disse Augusto, ainda atordoado pela pancada no final da tarde, no Teatro de Arena.
“O trote é apenas o escoamento da violência que existe nesta cidade”, resumiu o rapaz que, pela segunda vez, participou de um ato contra o trote. Ele e os colegas do Diretório organizaram um barreira com guardas-chuva e cartazes pedindo respeito. Faltou respeito e segurança. Havia poucos vigilantes da universidade. Edmilson Lima, chefe do setor, dispensou os colegas por achar que o clima seria tranquilo e que a chuva de ovos e tinta só alcançaria quem concordasse.
A  aluna Olívia Dantas veio ver o resultado do vestibular e não passou. Estava coberta de farinha, ovos e tinta mesmo assim. Ela viu a agressão e ficou assustada.  “Se eles dizem que é uma brincadeira, que é legal, por que estavam com o rosto coberto?”, indagou.
Raquel Seroa, aluna de Ciências Ambientais, também foi vítima de outro veterano. Um estudante jogou vinagre nela e, irritada, Raquel retribuiu com um tapa no rosto do agressor. Não parou por aí. O estudante jogou um saco de farinha de trigo sobre ela, e ela deu um segundo tapa. “Sei que eu deveria ter conversado com ele em vez de agredir, mas acho que ele nem escutaria”, acredita.
Sérgio Fernandes, que tomou o tapa, diz que a agressão foi gratuita. “Não fui eu que joguei vinagre nela. E estou até agora com a marca dos quatro dedos dela no rosto”, reclama. A confusão acabou em bate boca entre os integrantes do DCE e o outros veteranos. Não houve intervenção da segurança.
Tampouco ocorreu qualquer empecilho à distribuição de bebidas. Os veteranos levaram isopores com cerveja e garrafas de cachaça. Alguns anunciavam a venda a R$ 2 a lata. Uma aluna que foi aprovada em Estatística precisou ser levada de maca para o hospital. Ela é menor de idade. Deitada no chão em frente à Faculdade de Arquitetura, ela ficou vomitando, e a ambulância precisou ser chamada.
"Os integrantes do DCE foram heróis e desmacararam o mito de que o trote é uma brincadeira. Brincadeira não termina no hospital", resume o reitor José Geraldo de Sousa Junior.
Textos: UnB Agência.