Meu tema é sobre a animação japonesa A Viagem de Chihiro (2001) do diretor Hayao Miyazaki do Studio Ghibli.
Diário virtual e literário da Sally
terça-feira, 16 de abril de 2024
Uma breve apresentação sobre o meu tema
quinta-feira, 4 de abril de 2024
Diário de projeto: a busca de material na Estante Virtual Skoob
Vamos lá!
Após tema escolhido (só posso adiantar que vai ser sobre arte ocidental e oriental na animação A Viagem de Chihiro) fui átras de material.
Sou skoobers plus (https://www.skoob.com.br/), que significa fazer parte da maior comunidade de leitores online e a parte plus é trocar e receber livros pela plataforma. Só uma observação: nessa plataforma você pode registrar leituras, escrever resenhas, encontrar outros leitores e solicitar livros (desde que você tenha crédito). Não tem vendas de livros. O crédito é R$ 9,90 que você pode comprar (até três no máximo) ou ganhar crédito a medida que você envia livros. O máximo que você pode pedir em um livro seu são dois créditos.
Como uma boa TDAH hiperfocada lancei meus melhores livros na plataforma. Primeira luta: ter dinheiro para postar, pois a maioria foi solicitada quase que no mesmo dia. Eu deveria ter colocado aos poucos, mas, como uma boa TDAH (sempre em terapia) fui pelo hiperfoco. Gastei o que eu não podia.
Primeira frustração: todos o material na estante para eu solicitar está escrito em inglês. Pedi apenas um para treinar, e na boa, eu não estou com esse tempo. A única coisa boa foi conhecer um escritor brasileiro (Vitor Danko) e o mesmo me indicou o site com vários dos seus artigos sobre Studio Ghibli. Sério, foi o que me deu um UP para continuar. Baixei os artigos dele e de outros no site citado no post anterior e já estou solicitando o livro dele que não é caro.
Aos interessados:
Autor https://animacaoatravesdos.wixsite.com/website
Site para a compra do livro
https://sacola.pagbank.com.br/39e4e173-0be4-49d2-ad34-4511704d357a
Perfil dele com os artigos acadêmicos escritos
https://anhembi.academia.edu/ViktorDankoPerkusichNovaes
Para mim é o mínimo que eu posso fazer pela gentileza que ele me fez ao me responder na plataforma Skoob.
A escolha do tema e o chat GPT
Desabafo e atitude dessa leitora em 2024
Desabafo
É possível perceber a minha ausência por aqui e ela está intimimamente relacionada com a minha atual situação na vida pessoal nos dois últimos anos. "Estou empreendedora"😪. Explico: nada contra (apenas algumas observações sobre a ilusão que se tem sobre o empreendedorismo no Brasil), mas não foi algo que escolhi ou planejei. Estou fazendo o meu melhor e dando conta de uma forma surreal.
O que mais me chateia é a falta de tempo em fazer o que eu amo: LER! Dois anos que tive que iniciar leituras como mangás, HQ´s e afins. Repito novamente: nada contra, até a favor. Mas, a relevância para a minha satisfação pessoal foi bem mínima e o retorno seja financeiro ou espiritual foi quase nulo😢. Não me julgue, nossas formas de enxergar o mundo são diferentes.
Esse bate-papo fica para um podcast (eis uma coisa que pretendo muitoooooo um dia fazer. Sem neura e pressa). Um adendo: tenho escutando o Podcast Para dar nome as coisas (Spotify). Tem me ajudado nesse momento de "estou" e "não sou".
Atitude
Bom, sou graduanda de Artes Visuais (é um rolê muito louco) e resumindo estou escrevendo o projeto do meu artigo de conclusão de curso. Custei a decidir pelo tema. Pensei em animeventos na minha cidade, cosplay e a cultura, a educacão artística e o surdo e perdi um semestre só nessa indecisão. Como sou uma jovem senhora hiperfocada, decidi por Studio Ghibli.
Assim como foi com Machado de Assis (minha primeira monografia na Licenciatura de História), o Studio Ghibli também é uma paixão da fase adulta. Machado de Assis pós 30 anos e agora Studio Ghibli pós 40 anos. Já aviso que não sou uma conhecedora de tudo o que diz respeito ao tema. Queria ter mais tempo e dedicação para usufruir da arte fenomenal do Studio.
Então... Decidi fazer do meu blog em 2024 um diário de projeto e escrita do meu artigo. Registrar aqui descobertas, curiosidades e etc.
Sobre os livros, continuo com a leitura daqueles que não consegui terminar em 2023 (apenas 5!) e coloquei como meta a leitura deles pelo menos 3x por semana. O app Skoob é muito bacana pois ele te ajuda em desafios e sempre foi (pelo menos pra mim) há anos uma forma de eu organizar a minha leitura e não me sentir sozinha. Não tenho a riqueza de ser rodeada por leitores.
Você me acompanha?
sexta-feira, 22 de dezembro de 2023
O ano de 2023 e as leituras
Não finalizei nenhum livro em 2023. Estão todos pela metade. Por causa de uma nova atividade profissional tive que consumir mangás. Doeu muito a minha cabeça no início (a leitura é realizada da direita para a esquerda e de cima para baixo) e confesso que volta e meia fugia para a leitura dos HQ´s.
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
2022 passou e eu não O li
Como explicar o ano de 2022 que por aqui é uma lacuna de ausência?
Apenas quatro livros lidos e hoje dei uma passada por aqui... Caramba... O ano passou em minha mente e resumindo: foi tenso! Gostaria de afirmar que 2023 no campo literário está sendo diferente, porém, está um pouco parecido. Vida que segue.
domingo, 9 de janeiro de 2022
1/2022
O autor aborda os mitos e lendas presentes na obra Macunaíma de Mário de Andrade sobre os astros e fenômenos celestes.
A observação astronômica dos nossos povos primitivos não desenvolveu uma astronomia, como os outros povos da América pré-colombiana, mas tentaram explicar algumas características dos astros.
Para eles, o céu era um espelho das nossas fauna e flora.
sábado, 17 de julho de 2021
Maria Bonita: sexo, violência e mulheres no cangaço
O Avesso da Pele
Cem Anos de Solidão (releitura)
Redemoinho em dia quente - Jarid Arraes
O conto da Aia
Bom, eu gosto de distopia. Confesso que a temática é quase profética na onda conservadora que assola a política atual brasileira. A autora, Margaret Atwood, publicou seu livro nos anos 80 e sua obra veio à tona novamente com o sucesso da série, que ainda não assisti. Vale ressaltar que foi o livro de junho do grupo de leitura Leia Mulheres Petrópolis.
A nação dos EUA após passar por problemas de cunho ambientais, políticos, morais adentra em uma ditadura teocrática baseada em uma autoritarismo puritano. Lembrei muito da obra A Letra Escarlate de Nathaniel Hawthorne (Indico!!!). Mulheres são submetidas aos padrões embasados no Livro Sagrado cristão. Doutrinadas por mulheres mais velhas, são preparadas para fornecer o útero às mulheres estéreis casadas com comandantes. São as Aias.
Essas mulheres perderam a autonomia sobre o próprio dinheiro, emprego e o próprio corpo. Seus úteros servem ao Estado. Recebem novos nomes e suas escolhas são definidas pela verticalidade do poder, pois uma das causas do fracasso da antiga sociedade, segundo o Estado, foi o excesso de escolhas que as mulheres conquistaram. Tendo como causa maior a descendência e não o matrimônio romântico, as esposas dos comandantes participam dos ritos de fecundação seguindo o Velho Testamento (tão atemporal):
"Raquel disse: dá-me filhos ou senão eu morro... eis aqui a minha serva, entra nela para que tenha filhos sobre os meus joelhos e eu, assim receba filhas por ela".
Claro, que, alguns cidadãos de bem quebram as regras e agem na clandestinidade. Enquanto isso, nossa protagonista procura resistir lembrando do seu passado e da sua identidade, já que o destino das que não se conformam é a substituição ou a morte. Apenas seus úteros tem serventia e nada mais.
Ainda que seja uma ficção, o desejo do poder vertical é regredir em qualquer conquista do sexo feminino, submetendo a mulher ao modelo conservador do modelo patriarcal. Simples assim.
domingo, 20 de junho de 2021
As alegrias da maternidade
As alegrias da Maternidade foi o livro de maio do grupo literário Leia Mulheres Petrópolis. Uma das características do grupo é escolher autoras ou personagens femininas marcantes. Li um pouco da biografia de Buchi Emecheta e já me senti atraída por outras obras literárias da mesma.
Nnu Ego é filha de um líder tribal, logo vamos analisar a tradição e o contemporâneo existente não apenas na atual Nigéria. Sua mãe tem um histórico de amante, muito amada e só lendo mesmo para compreender que naquele contexto o homem tribal podia ter esposas, amantes e escravas. Já Nnu Ego, impossibilitada em ser mãe no seu primeiro casamento, mesmo sendo a preferida do seu pai, é enviada para casar com um pretendente que vive na cidade colonizada pelos britânicos, atual Nigéria.
O papel da maternidade conduz a trajetória de Nnu Ego e outras mulheres com grilhões tradicionais e os valores femininos são mensurados pelo desempenho dos filhos até a ausência deles. Não existe a mulher como protagonista e sim o papel da maternidade. Sensível e arrebatador. Indico.
O Tigre Branco
A Morte e a Morte de Quincas Berro D´Água - Jorge Amado
Um modelo perfeito para a sociedade que acaba se transformando em escória da mesma, o que nos faz refletir sobre a morte simbólica para os seus familiares após o não pertencimento do comportamento padrão e as mortes para alívio familiar versus morte como destino desejável daquele que morre. Seria talvez a morte social e depois a física.
O prefácio foi escrito por Vinícius de Moraes em 1959 que fala do crescimento, segundo ele, do autor que vem desde um livro cheio de defeitos como "O País do Carnaval" até a obra prima em questão "A morte e a morte de Quincas Berro D´Água". É o meu terceiro livro do autor.
A narração explica bem o título e é tão atemporal pelo fato dessas mortes que temos em vida quando não participamos dos status financeiro, cultural, normativo e padronizado. Sem esquecer o familiar. Mas, o que mais me apeteceu foi a descrição da vida noturna, boêmia, cotidiana e marginalizada do cais da Bahia.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Simplesmente Pagu
sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
Anarquia e Cristianismo (vale a pena ler de novo!)
Conheci esse autor (sociólogo/teólogo/protestante francês) na leitura de "Política de Deus Política do Homem" um estudo sobre o livro bíblico de Reis. O livro "Anarquia e Cristianismo" é uma aula de História! O autor deixa claro que rejeita absolutamente a violência e descreve a anarquia do ponto de vista de um cristão. Também aponta os motivos de desgosto do anarquismo com o cristianismo, fonte de muitas guerras. Dá-lhe História!
No capítulo sobre "Bíblia, a fonte de anarquia". O autor começa o capítulo afirmando que anarquia (an-arkhé) não é negação de domínio ou desordem. O homem ocidental está tão persuadido de que a ordem na sociedade só pode ser estabelecida por um poder central forte, que questionar esses poderes, para ele, equivale a semear a desordem. Vale lembrar de Lutero e a revolta dos camponeses, só para reflexão.
Entre outros assuntos é abordado para dar base ao título do capítulo: Referência sobre a Bíblia Hebraica, Jesus e a autoridade da época, o Apocalipse e o contexto histórico no qual foi escrito, a Epístola de Pedro (1 Pe 2.13-17)e Paulo em Romanos 13.1-7. No capítulos finais uma aula de História e demonstração de como o Estado absorveu o cristianismo nos primeiros séculos d.C: Sínodo de Elvira (313); conversão de Constantino (312-313); Sínodo de Arles (314)e o concílio de 314.
Finalizando: "os cristãos engajados precisam evitar cair no balaio da ideologia em voga no momento. A Igreja foi monarquista na época dos reis, imperialista com Napoleão, republicana na República e agora socialista (a Igreja Protestante, ao menos era) socialista como todo mundo". Palavras de um sociólogo e teólogo protestante. Indico!
Resenha 2014
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
O Ensino Religioso na BNCC (33/2020)
Esta publicação reúne nove ensaios que discutem, em diferentes perspectivas, o conteúdo orientador do Ensino Religioso estabelecido na Base Nacional Comum Curricular. É papel do Ensino Religioso, amparado pelos estudos das Ciências da Religião, produzir conhecimento e formação para superar a ignorância, o desconhecimento, a violência religiosa e o preconceito.
A partir da BNCC é norma que se trate academicamente, de forma didático-pedagógica, a compreensão das manifestações religiosas e de suas contribuições para as sociedades humanas. Por essa razão, o Ensino Religioso que se pretende para os sistemas educacionais visa à construção de conhecimento sobre as religiões no Brasil, que as entende como constituintes de nossa identidade, mas também como uma dimensão da experiência humana, a qual pode ser entendida como categoria antropológica.
domingo, 3 de janeiro de 2021
Ponciá Vicêncio 1/2021
Ponciá Vicêncio foi a primeira publicação solo de Conceição Evaristo financiada integralmente pela própria autora. Passado pouco tempo, a obra pode ser lida em língua inglesa, francesa e em espanhol. Com adendo, foi material solicitado aos vestibulandos da UFMG, CEFET/Minas e da Universidade de Londrina (2009 e 2010).
Conceição Evaristo é Mestre em Literatura Brasileira/PUC-Rio e Doutora em Literatura Comparada/UFF. Ela afirma que a história de Ponciá Vicêncio não é a sua história, mas quando chamada por Ponciá, quando trocam o seu nome pelo dela, orgulhosamente ela responde: presente!
Ponciá desde a sua infância teve contato com o medo. Ao buscar barro nas margens do rio e ao ver a grande cobra celeste colorida no céu, tem medo de se transformar em homem ao passar por debaixo do arco-íris. Gostava de ser menina! Não sabia ainda que o seu trabalho e o de sua mãe com o barro um dia seria arte exposta pelos brancos. Produziam juntas copos, pratos e utensílios para presentear e vender nos povoados vizinhos. A mãe que determinava destino e preço e o pai quando retornava da colheita dos brancos acabava cedendo às ordens da mulher: "Era tão bom ser mulher!" Ponciá pensava ao ver a mãe tão segura de si, mesmo tendo o homem e o filho ausentes por longos períodos nas colheitas dos brancos.
Seu sobrenome é a herança do passado dos seus ancestrais ("uma lâmina afiada a torturar-lhe o corpo", pois havia na assinatura dela a marca do poderio do coronel Vicêncio). Aliás, não gostava do nome. Seu avô, teve três ou quatro filhos nascidos do Ventre Livre e ainda assim, foram vendidos. O pai de Ponciá, filho de ex-escravos, foi pajem do sinhôzinho. Tinha a obrigação de brincar e se submeter as tiranias infantis do filho do dono da terra. Se eram livres, por que continuavam ali? Odiava o pai, principalmente depois da doença mental que o acometia após o "Fato". Ria e chorava. Ponciá ainda de colo, de forma inexplicável se lembrava do avô.
Aprendeu a ler com os missionários do povoado com permissão da mãe. Para sua genitora era importante saber das letras e também saber os aprendizados da roça: fazer garrafadas, fases da lua, tempo de plantio e de colheita e as benzeduras que curavam dos males da carne e da alma. Aos 19 anos, sem conseguir explicar bem para a sua mãe, foi embora. Sua odisseia começa com o descaso do sagrado urbano em relação aos necessitados, diante do luxo do templo que adentra, pensa "Era tudo tão belo. Deus bem que deveria gostar de todo aquele luxo".
Com a missão de buscar a família (mãe e irmão) começa a trabalhar e compra um quarto suburbano. Conhece seu homem, mas percebe que falta ambição e que, para muitos, o pão nosso de cada dia é o suficiente. Retorna para a sua casa, o barro chama, a saudade chama, quer sua família perto. Ambos passaram pelo saída do lar como ela fez anos antes. Ponciá não retorna mais a mesma depois dessa descoberta. Começou a passar todo o tempo com o pensar, com o recordar. Relembrava a vida passada, pensava no presente, mas não sonhava e nem inventava nada para o futuro. Voltou introspectiva e seu homem estranhou a ponto de agredi-la.
Seu irmão, na cidade, queria ser soldado para ter voz de mando. Também teve a sua odisseia. sua mãe, seguia os conselhos da anciã do povoado e não se submetia a própria vontade de ter com os filhos. Mas, os três, viviam desesperados com o desejo do encontro. Cada personagem que passa pelos Vicêncios são marcados de profundas ausências e vazios, mas como resultados de pobreza, desamparo e sucessivas perdas. O passado e o presente se mesclam e tudo que o urbano ilude é apresentado de forma dolorida: a exploração da zona rural é a mesma na cidade. A herança do avô cobra a sua vez na vida de Ponciá, é preciso trilhar o destino. É preciso que haja o reencontro. Leitura visceral e de uma poética que nos encanta e faz refletir sobre caminhos de busca por identidade num ambiente marcado por desigualdades sociais.