terça-feira, 31 de março de 2020

Pequena Abelha - Chris Cleave


Pequena Abelha é uma leitura que consegue ser pesada (pela realidade do tema abordado) e leve (sutileza das personagens) ao mesmo tempo. Você adentra nos dilemas de cada personagem e, não é julgamento que antecede cada sentimento em relação aos personagens, surge empatia. Até mesmo quando o tema é ilegalidade. 

Pois então, antes de começar, quero falar um pouco sobre o autor. Chris Cleave é um escritor e jornalista britânico. Pequena Abelha é é o seu segundo romance publicado e ele foi inspirado a escrevê-lo ainda em sua infância na África Ocidental. O livro será adaptado para o cinema com a participação da Nicole Kidman. 

Pequena Abelha é uma adolescente de 16 anos que no início do romance está saindo do Centro de Detenção de Imigração (Essex) na Grã-Bretanha. Lá, permaneceu por dois anos após entrar ilegalmente no país. O motivo da sua entrada foi a fuga das guerras do petróleo em seu país, a Nigéria. 

Sobre a República Federal da Nigéria, a sua grande riqueza é o petróleo. É um país rico em recursos naturais e reservas de petróleo. Mas, a verba de arrecadação da receita não beneficia a população. O desvio de verbas é um grande problema, mesmo o petróleo sendo 95% das exportações, 80% da receita e 20% do PIB. O autor não quis focar nessa questão, mas acredito que pela escolha do tema, é possível deduzir que, vários habitantes passam por problemas relacionados à exploração petrolífera. 

"Pequena Abelha" é essa menina que acaba de sair da detenção e procura pelo casal Andrew e Sarah. Ambos são jornalistas e levam suas vidas pacatas no subúrbio inglês. O filho do casal se chama Charlie que não tira a roupa do personagem Batman. Sua rotina está baseada em ser um herói e enfrentar vilões. Esse encontro se deve a um incidente entre os três ocorrido no país de "Pequena Abelha" dois anos atrás em uma viagem do casal. 

Vou parar por aqui, pois como pediu o autor:

"Depois de ler este livro, você vai querer comentá-lo com seus amigos. Quando o fizer, não lhes diga o que acontece. O encanto está sobretudo na maneira como esta narrativa se desenrola". 

Concordo e confirmo sobre a narrativa. Prepare o coração. 




sábado, 28 de março de 2020

Nós - Ievguêni Zamiátin


"Nós" foi escrito na década de 1920 apenas quatro anos após a Revolução Russa. Seu gênero literário é a distopia, onde a relação de poder é de cima para baixo. Onde há a manipulação, alienação e censura pelos órgãos do Estado. Qualquer discordância desse governo totalitário é destruída pela morte ou tortura. 

Nós é a crítica ao Estado Único (Benfeitor/Stalin) e a coletivização da sociedade (URSS). O protagonista, D-503, é um matemático que já havia absorvido as regras e vivia para servir e construir a Integral. Nessa sociedade, as pessoas são números e não há indivíduos, há apenas o NÓS:

"compreendiam isso e entendiam que a resignação é uma virtude, enquanto o orgulho é um vício, e que "Nós" provém de Deus, enquanto "Eu" provém do diabo". 

Há a padronização de horários (lazer, trabalho, dormir, comer e fazer sexo) e de uniformes. Tudo é mecanizado e lógico. Até que aparece I-330, personagem que burla as regras e faz D-503 ficar confuso em relação ao status-quo. Confesso que não esperava pelo final apresentado mediante tamanha batalha pessoal do personagem, mas fez todo sentido. Indico. 

De Aknaton a JK - das pirâmides a Brasília (Iara Kern)


Iara Kern estudou História, Arqueologia e se especializou em Egiptologia. O livro "Aknaton a JK - das Pirâmides a Brasília" apresenta algumas coincidências entre Brasília e o Antigo Egito. Após um trabalho de seis anos de pesquisa e estudos comparativos, o livro também foi roteiro do filme que leva o título "Brasília Secreta" (edição que escreveu com Ernani Figueiras Pimentel). 


A primeira comparação é da Ermida D.Bosco (forma piramidal) com a Ermida de Philae. A questão é mais sobre o cercamento de água em volta dos templos. Ela descreve bastante sobre Dom Bosco (que não vou entrar no mérito) e que, igual no Egito, teve um monumento erigido em sua homenagem. 


A segunda comparação é sobre os lagos artificiais, a saber, Lago Moeris com o Lago Paranoá. 















Sobre a arquitetura, temos a Pirâmide de Degraus de Sakára do rei Djoser. A mais antiga estrutura de pedra talhada, erguida pelo homem, em todo mundo. Sobre guardar a energia , a autora cita a pirâmide de Degraus da CEB (Companhia de Eletricidade de Brasília). É possível ver a forma do pássaro Ibis do alto e de trás do prédio. 

 É bom ressaltar que o estudo da professora também foi baseado no Tarot Egípcio e na Cabala Hebraica, então há muita descrição de planos, números, força física, força cósmica, e etc. Por exemplo, a Rodoviária do Plano Piloto é um H deitado (ocupa três plano da terra), já o Congresso Nacional é um H em pé (representa o homem espiritual). Cita também a presença do subterrâneo em alguns prédios como a Catedral Metropolitana (sua entrada passa pelo túnel escuro e é finalizada pela iluminação), ... é muita coisa. Muita comparação, numerologia, mas desde já, ela nomeia o capítulo de "coincidência ou simbologia?"


Bom, entramos no Memorial JK! Construído em homenagem ao fundador de Brasília, também  guarda-se o sarcófago do presidente JK, igual nas pirâmides egípcias. Na grande pirâmide de Keóps, o sol nascia em cima do sarcófago do faraó no dia de seu aniversário. Em Brasília, na data da fundação, 21 de abril, o sol nasce dentro do H do Congresso e somente neste dia vemos este alvorecer. 

Bom, a autora cita que a estrutura social das crianças e jovens que nascem e que vivem em Brasília (1991 a edição), é tão grande e notória, que segundo os espiritualistas são reencarnações da XVIII Dinastia. Exemplo citado é Aknaton e JK! O primeiro construiu a cidade de Aton que serviu de transição religiosa e política do país, e o segundo, construiu Brasília que serviu como transição política e social do Brasil. Ambos viveram apenas 16 anos após a inauguração de suas cidades e ambos tiveram morte violenta. 



Bom, li esse livro em 2006 (início da graduação em História) e ao reler agora, claro que houve muita mudança de opinião sobre o assunto. Mas, quero deixar aqui apenas o resumo do livro e não a minha opinião. Inclusive, esse livro teve outra edição com o Ernani Pimentel e tem muitos vídeos sobre o livro com o título "Brasília Secreta" (como já foi dito anteriormente).