Confesso que li Cem Anos de Solidão em três dias no ano de 2008. Devorei! Foi meu primeiro caso de amor com Gabriel García Márquez. Não é o meu preferido, apesar de tão aclamado pelo público literário. Decidi lê-lo novamente, pois essa rapidez me fez esquecer e eu gostaria muito de, após a formação em História, absorver a narrativa histórica subliminar (ou não) na Macondo ficcional. Mas, decidi que seria uma leitura sem pressa, apesar que tediosa pelos Aurelianos, Arcádios, Remédios ... muita calma e atenção. Que mente brilhante! Sem descrever o que todos já sabem, é a narrativa de uma América Latina e seus impasses históricos (liberais versus conservadores, exército, sumiço de corpos, o fanatismo religioso, o massacre das bananeiras, a presença estrangeira, o interesse na botânica, as guerilhas e por fim, a forma como a narrativa real é apagada em livros didáticos e mídias a serviço do poder local ou "imperialista"). Só foi possível analisar Cem Anos de Solidão nessa perspectiva histórica após a leitura As veias abertas da América Latina (Eduardo Galeano). Mas, é um livro com várias possibilidades e certamente eternizou o autor colombiano.